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Relíquias da história ferroviária de Gramado

Trajetória do trem que ligava a Serra Gaúcha à Porto Alegre é contada em museu localizado na histórica Estação Férrea da Várzea Grande

 
Museu conta com miniaturas de composições ferroviárias da época / FOTO: Igor Mallmann

Igor Mallmann

 

É impossível falar da formação da cidade de Gramado sem citar a história do trem que por aqui passava. Esse meio de transporte proporcionou desenvolvimento econômico e marcou a vida de muita gente. Os trilhos podem ter sido arrancados nos anos 60, mas a memória permanece viva – em especial no bairro Várzea Grande. No local onde funcionava a Estação Ferroviária da localidade, hoje há um museu dedicado à memória do trem e do bairro em si.



A história nos leva de volta ao ano de 1919, quando a linha ferroviária que vinha sendo construída a partir de Taquara chega à localidade de Várzea Grande. Em 13 de outubro de 1922 é inaugurada a Estação Ferroviária do Bairro. Deste momento em diante, abrem-se inúmeras oportunidades de desenvolvimento para as comunidades do entorno.


Prédio da antiga estação foi restaurado para receber museu / FOTO: Igor Mallmann

Na época, Gramado era um mero distrito do município de Taquara. Até então o escoamento de cargas e o deslocamento de pessoas eram dependentes de carroças e animais transitando por caminhos muito precários. De repente, encontram à sua disposição uma capacidade de carga e velocidade nunca imaginadas, com uma ligação da Serra até a capital do Estado, Porto Alegre.

A linha ferroviária acabou sendo desativada em 1963, com a primazia da opção pelo transporte rodoviário vigente no Brasil. O caminho do trem e a estação ficaram esquecidas no tempo. Porém, nos anos mais recentes a percepção da importância histórica de tudo isso começou a crescer. O prédio da antiga estação foi reconstruído conforme suas características originais. Assim, em 2008, por meio de Lei Municipal, foi criado o Espaço Cultural Estação Férrea Várzea Grande – Museu do Trem.


FOTOS: Igor Mallmann

História para além do trem

Conforme o museólogo da Prefeitura de Gramado Márcio Dillmann de Carvalho, O Espaço Cultural Estação Férrea da Várzea Grande vai além de retratar apenas a história ligada ao trem. Isso porque seu acervo abriga objetos posteriores a 1963 ou que não estão relacionados à história do trem.

O Museólogo também destaca que o museu em questão tem uma relação próxima com a comunidade local, já possui raízes no bairro. Ainda mais nos últimos anos, em função de vários movimentos no sentido de resgatar o histórico da era do trem e reforçar a importância e identidade própria do bairro Várzea Grande.


A histórica estação também recebe exposições, visitas escolares e outras atividades culturais - infelizmente suspensas no momento em função da pandemia.


Rabicho Ferroviário


Obra de engenharia única na América do Sul, o Rabicho Ferroviário da Várzea Grande também foi um local resgatado, graças ao trabalho da comunidade do bairro. Tratava-se, basicamente, de uma solução para que o trem pudesse vencer a elevação existente entre a Várzea Grande e Gramado, o que não era possível para as locomotivas em seu sentido normal. A ideia do Rabicho foi a de o trem subir esse morro em marcha ré, com o peso dos vagões sobre a locomotiva, aumentando a sua capacidade de tração. Quando vencia o elevado, chegando à ponta do Rabicho, o trem seguia em sentido normal até Gramado e, depois, Canela. Ficou interessado? Então clique aqui e confira e reportagem completa que elaboramos sobre o Rabicho Ferroviário.

Local do Rabicho Ferroviário, recuperado pela comunidade / FOTO: Igor Mallmann

Museu do Trem


Endereço: R. Oscar Wille, 165 - Várzea Grande -Gramado/RS.

Contato: (54) 3288-2298

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